Parcerias e Convênios
Com a sua superfície de 3.000 hectares no alto sertão paraibano, os seus açudes e topografia ondulada coberta de vegetação nativa (a caatinga), com serrotes e afloramentos de pedra típicos, a sua RPPN de mais de 300 hectares se juntando as áreas de Reserva Legal, com proteção total da fauna e flora desde 1977, e o fato de ser cultivada desde o ano 2000 no sistema biodinâmico, a Fazenda Tamanduá se tornou uma área impar para desenvolver parcerias e convênios no campo da preservação ambiental e da agropecuária sustentável no semi-árido.
Foi assim que conquistamos os seguintes convênios e parcerias :
Como a RPPN da Fazenda Tamanduá contribui com a biodiversidade da Caatinga?
Dr. Pierre Landolt conversa com os Biólogos Paulo de Barros e Thais Lira sobre a importância da RPPN, Reserva Particular do Patrimônio Natural, para os estudos do bioma da Caatinga, e a contribuição na manutenção da vida de mais de 300 espécies catalogadas por lá e que resultaram no livro Fauna Ilustrada da Caatinga.
NORDESTA Reflorestatiton et Éducation
Uma parceria recente e muito original estabeleceu-se entre o Instituto Fazenda Tamanduá e a NORDESTA Reforestation et Éducation. ONG suíça fundada em 1985, com sede em Genebra, sua ação é localizada na Reserva Biológica de Pedra Talhada, comportando uma área de 50km2, situada no Brasil entre os estados de Alagoas e Pernambuco. Abrangendo um bioma formado principalmente de mata atlântica, a sua fundadora, Anita Studer, bióloga, resolveu empreender um trabalho de titã e altamente louvável nesta região. Este inclui o reflorestamento, que evita a erosão bem como permite a recuperação das bacias hidrológicas que sofriam do desmatamento excessivo, além de criar empregos nos viveiros de árvores nativas. Outra vertente é a criação de melíponas, abelhas nativas, mas também de apicultura convencional, garantindo a polinização da reserva e a renda dos moradores nos entornos.
A preservação da fauna e flora, numa área de riquíssima biodiversidade, incluí projetos especiais, como o da arara-azul em via de extinção. A educação ambiental permite sensibilizar os moradores e jovens da região à necessidade de preservar o seu meio ambiente, garantindo uma vida melhor e saudável. Finalmente para dar fundamento ao seu trabalho no campo, Anita conseguiu realizar e editar um livro excepcional intitulado "Biodiversidade da Reserva Biológica de Pedra Talhada, Alagoas, Pernambuco-Brasil", soma inventariando fauna e flora da Reserva. Muitas dessas ações são efetuadas pelo Instituto Fazenda Tamanduá, mas num bioma diferente e complementar, o da caatinga no semi-árido nordestino, e uma colaboração parecia óbvia. Anita e Pierre se encontraram e uma win-win parceria estabeleceu-se rapidamente. Além de amplo e permanente trabalho de troca de conhecimentos e experiências entre as duas entidades, um dos primeiros trabalhos de colaboração foi a reconstituição da mata ciliar no sertão que foi destruída principalmente depois do fim do ciclo da oiticica, licania tormentosa. De fato, o seu fruto era catado e transformado em óleo utilizado por diversas fins, sabão, medicina caseira e substituição de óleos sintéticos em pinturas, representando uma fonte de renda interessante. Infelizmente, devido à pandemia da Covid, os trabalhos encontram-se em stand-by, bem como os intercâmbios previstos.
Entrevistado: Arthur Navarro - Superintendente do IBAMA
IBAMA
A Superintendência do IBAMA na Paraíba, sempre acompanhou o trabalho de preservação da fauna na Fazenda Tamanduá. Resolveu assinar um convênio autorizando e definindo a construção de um amplo viveiro visando a readaptação das aves apreendidas ao seu meio ambiente antes da sua soltura, bem como utilização da Fazenda para soltura de mamíferos liberados do tráfico.
O Superintendente Dr. Arthur Martins Marques Navarro, prestigiou pessoalmente este trabalho soltando na Fazenda aves, jabutis, e diversos mamíferos. O inventário contido no livro “Fauna Ilustrada da Fazenda Tamanduá” permite de ter a certeza da existência desses no ambiente da fazenda.
Entrevistado: Capitã Thais Vilar - 3º Batalhão de Polícia Ambiental (PB)
PM Ambiental
A Polícia Militar Ambiental de Patos desenvolve também um belo trabalho com a Fazenda e trazendo todos os animais apreendidos e soltos em seguida no seu ambiente. Já vieram veados, tamanduás, jabutis que voltaram felizes a natureza. Com o seu batalhão, a Tenente Thais não para este trabalho tão importante de orientação do público e apreensão dos animais.
Entrevistado: Theonys Diógenes – Coordenador do curso de Medicina Veterinária da UNIFIP
UNIFIP
O sistema de pecuária biodinâmico desenvolvido na Fazenda Tamanduá, com bovinocultura leiteira com gado Pardo Suíço, caprinocultura de corte com mestiçagem de Boer e Parda Alpina e ovinocultura de corte com as raças Santa Inês e Dorper funciona muito bem, valorizando os produtos como ajudando o meio ambiente. A perfeita adequação do pessoal da Fazenda as rígidas normas federais do MAPA e do Instituto Biodinâmico de Botucatu permite garantir a qualidade dos produtos orgânicos e biodinâmicos.
Incentivada pela visão do seu Coordenador do Curso de Veterinária, Theonys Diógenes Freitas, a UNIFIP, Centro Universitário de Patos, PB, resolveu assinar um Convênio com a Fazenda Tamanduá, situada a apenas 20 km de Patos para ensinar pioneiramente aos seus alunos os segredos da pecuária orgânica, praticando aulas, cursos e estágios na própria.
A Fazenda poderá ser beneficiada pelo apoio dos professores e dos laboratórios da UNIFIP, podendo desenvolver trabalhos de pesquisa específicos. Também algumas bolsas de estudos serão atribuídas a colaboradores da Fazenda.
UNIFESP
A Fazenda Tamanduá estabeleceu através da Dra. Anna Rafaela Cavalcante Braga, professora atuante nas áreas de Ciências dos Alimentos e Bioprodutos e Bioprocessos da UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo, uma parceria de pesquisa nas ciências da Saúde.
A Cooperação se dará, em estudos de compostos bioativos presentes na biomassa de spirulina bem como de outros produtos biodinâmicos da Fazenda Tamanduá como o mel, o extrato de própolis, os derivados do leite, as frutas e derivados, o arroz colorido, colaborando no desenvolvimento de trabalhos de iniciação científica, mestrado e doutorado. Deste modo, valorizaremos os nossos produtos através das pesquisas realizadas.
EMBRAPA Meio Norte
O Dr. José de Almeida Pereira especialista em arrozes coloridos tem desenvolvido um trabalho excepcional inicialmente no arroz vermelho, arroz da terra, arroz de Veneza, que foi a primeira variedade de arroz introduzida no século XVII no Brasil pelos portugueses. O cultivo deste arroz histórico foi mantido no passar do tempo principalmente no interior do Nordeste, em “baixa de arroz” onde a água empossa durante a curta estação chuvosa permitindo de realizar um ciclo de produção. Almeida resolveu estudar estas diversas variedades espalhadas no Nordeste, e efetuar um melhoramento para obter mais precocidade, produtividade e coloração.
Em 2011 a Fazenda Tamanduá participou de um trabalho de pesquisa de cerca de 40 variedades diferentes de arroz vermelho com manejo orgânico que resultou na ressurreição desta variedade original e esquecida.
Com a EMBRAPA estamos agora retomando um trabalho com o arroz negro, originário da Índia, variedade que chegamos a plantar com manejo orgânico e vender com êxito. Uma nova página de aprendizado e troca de experiência.